terça-feira, 27 de janeiro de 2009

A Importância dos memoriais.

Quando comecei meu estágio em metrologia, em 1981, na Universidade Federal de Santa Catarina-UFSC, costumava registrar tudo o que fazia para lembrar depois. Por que fazia assim? O motivo era a evidente falta de experiência e o tempo que gastava para estudar, entender e executar os experimentos de calibração que realizava. Às vezes uma calibração era repleta de detalhes que, com certeza, teria dificuldade para lembrá-los sem o que denominava de “memorial”.

Naquela época não havia as máquinas digitais para registrar aquelas imagens das montagens que realizávamos. Era tudo a base do desenho a mão ou fotos, muitas vezes ruins pela qualidade dos equipamentos que tínhamos na época.

Aqueles memoriais nos ajudaram a treinar pessoal, pois continham informações preciosas e relevantes para diversos tipos de calibrações. Ajudaram-nos também a comprovar que era importante não confiar na memória humana, mas documentar tudo que era aprendido pela prática e experiência.

Quando resolvemos montar nossos procedimentos de calibração, visando acreditar o laboratório ao Inmetro, tínhamos muitas informações disponíveis para nos ajudar nesse processo.

Esses antigos “memoriais” me ajudaram a criar uma competência fabulosa que me fomenta até hoje nos treinamentos que ministro, bem como nos artigos que escrevo para a revista.

Agradeço a minha teimosia em ser pragmático e desconfiado em não acreditar que um dia iria lembrar de tudo sem a ajuda das minhas valiosas anotações.

Um abraço,

Gilberto Carlos Fidélis

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Graus Celsius e não Apenas Graus

Minha filha Michelle estava acompanhando a posse do novo presidente dos Estados Unidos pela televisão, na terça feira, dia 20 de janeiro. Nas imagens da CNN aparecia a informação de que a temperatura em Washington-DC estava em 19°.

Ela olhou para mim e disse: "pensei que estava mais frio". Olhei para ela e retruquei:"O valor informado pela CNN é a temperatura na unidade Fahrenheit e 19°F é baixo, é frio, cerca de - 7°C."

Qual foi o problema que levou a Michelle a interpretar a unidade errada da temperatura? Neste caso foi a própria ausência da unidade ou a forma como ela foi escrita. O símbolo "°" (grau) é unidade de ângulo e não de temperatura. Para o Sistema Internacional de Unidades, o correto é falarmos "graus Celsius" que é sempre representado por "°C". Cuidado, utilizar as unidades erradas pode levar alguém a pensar que você não entende nada de metrologia.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

A Importância da Rastreabilidade

Algumas pessoas se assustam quando comento que um certificado de calibração que não consta a incerteza de medição obtida na calibração do instrumento não é válido para prover rastreabilidade metrológica. E por que não? Porque falta justamente o dado mais importante: a incerteza de medição. Se você ler o conceito de rastreabilidade metrológica verá que a incerteza de medição é fundamental.

Certamente se o usuário não solicitar a informação sobre a incerteza, esta não necessitará ser relatada e isto está previsto na NBR ISO/IEC 17025. Mesmo assim o laboratório que executou a calibração deve avaliá-la, mesmo que não a informe para o cliente.

A confiabilidade dos resultados passa basicamente pela garantia da rastreabilidade metrológica. Lembro-me que há 13 anos coordenei uma reunião de discussão de resultados de uma comparação interlaboratorial realizada com vários laboratórios da América do Sul. Um dos laboratórios participantes apresentou resultados bem diferentes do laboratório de referência. Na reunião o próprio represente deste laboratório concluiu que haviam participado da intercomparação, mas sem rastreabilidade metrológica adequada e que esta era sem dúvida a explicação para a inconsistência dos resultados.

Escolha bem os fornecedores de rastreabilidade!

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

O uso do Termo Precisão

Em breve será divulgado oficialmente o novo VIM, que será conhecido como o Vocabulário Internacional de Metrologia – Conceitos fundamentais e gerais e termos associados.

O item 2.15 define Precisão de Medição como sendo o grau de concordância entre indicações ou valores medidos, obtidos por medições repetidas, no mesmo objeto ou em objetos similares, sob condições especificadas.

O que mais me preocupa é que o termo Incerteza de Medição veio para substituir o termo precisão. Se analisarmos o novo conceito, temos uma nota muito "safada" que diz: "NOTA 1: A precisão de medição é geralmente expressa na forma numérica por meio de medidas de dispersão como o desvio-padrão, a variância ou o coeficiente de variação, sob condições de medição especificadas".

Ou seja, a precisão poderá ser quantificada, coisa que para mim nunca foi adequado, pois a precisão era um termo que estava em desuso na metrologia e assim sempre defendi.

Na prática quem ainda utiliza muito o termo precisão é o pessoal da área de química, pois infelizmente muitas normas e livros técnicos ainda utilizam nos textos a palavra precisão, que muitas vezes, para os autores, é equivalente ao desvio padrão das medições.

Como você deve conhecer, o desvio padrão da medições, ou uma fração dele, é na metrologia moderna apenas uma das componentes de incerteza do resultado das medições. Em palavras mais simples, a precisão será uma componente de incerteza, mas está longe de ser a própria incerteza.

O que não podemos é voltar no tempo e começar a chamar a incerteza de medição de precisão. Isto seria um retrocesso com prejuizos enormes ao que foi plantado na metrologia desde 1993 com a publicação do Guia para a Expressão da Incerteza de Medição. Por que esse pessoal gosta de complicar?

Abelhas serão usadas para medir a poluição do ar

Medir também é com as abelhas. Veja abaixo o que elas são capazes de fazer para medir a poluição do ar.

A cidade de Córdoba, na Espanha, vai utilizar um sistema "diferente" para estudar a poluição do ar. O novo método deverá utilizar abelhas para verificar os níveis de poluição na atmosfera.

O presidente da Associação de Apicultores de Córdoba, Angel Fernandez, elogiou o lançamento deste método, segundo ele "as abelhas são o termômetro mais próximo da poluição", ele ainda descreveu o sistema como "o melhor" para avaliar a qualidade do ar em Córdoba.

Para iniciar o estudo, colméias são colocadas nos edifícios mais altos e a partir destes lugares, as abelhas entram em contato com plantas, então, os investigadores devem avaliar o animal para verificar a poluição do ar.

A assinatura deste acordo irá permitir a realização de um novo estudo sobre qualidade do ar no município, que é uma das medidas incluídas no Plano de Ação da Agenda 21 de Córdoba.

Especificamente, o estudo irá revelar o impacto da poluição atmosférica na cidade, principalmente os metais pesados como cromo, chumbo e níquel.

O projeto de pesquisa terá a duração de trinta meses a contar da assinatura do acordo e vai produzir mapas com diferentes níveis de biodiversidade para ajudar na gestão ambiental e planejamento do uso da terra.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Medição de pressão no consultório não serve para hipertensivo resistente

É o caso de pessoas que não reagem a três ou mais medicamentos.
Só medições constantes ao longo do dia podem ajudar diagnóstico.

Para pessoas com hipertensão resistente – alta pressão sangüínea que não reage a três ou mais medicamentos –, uma medição de pressão realizada no consultório do médico pode ser um procedimento sem propósito.

Pesquisadores relatam que apenas a pressão sangüínea do ambulatório, leituras tomadas com um dispositivo portátil que mede a pressão em intervalos regulares ao longo de 24 horas, pode prever um futuro problema cardíaco.

O estudo, publicado na edição de 24 de novembro em "The Archives of Internal Medicine", acompanhou 556 pacientes com hipertensão resistente por uma média de cinco anos. Todos tinham sua pressão medida regularmente em consultório e monitorada com dispositivos ambulatórios. Durante o estudo, 19,6% ou tiveram uma ocorrência cardiovascular ou morreram.

Após controlar outros riscos e medicamentos, os pesquisadores descobriram que as medições de pressão em consultórios falharam ao prever qualquer um dessas ocorrências. Uma média maior de medições ambulatórias apresentava prognósticos de ocorrências cardíacas e morte.

Isso significa que medir a pressão em consultório é inútil? “Não”.

As descobertas se aplicam somente à hipertensão resistente.

Calendário de Cursos do CECT

Por solicitação de alguns leitores, seguem abaixo o calendário de cursos do CECT para fevereiro. Os programas dos cursos você obtem clicando nos títulos dos eventos.

Metrologia: Como Garantir Resultados Confiáveis (24 h) 04 a 06 Curitiba

Calibração, Ajuste, Verificação de Instrumentos de Medição (24 h) 11 a 13 Curitiba

Incerteza de Medição em Ensaios (24 h) 16 a 18 Curitiba

Acesse
aqui o calendário para 2009 com uma série de novidades.

A certificação de Pessoas

A acreditação de laboratórios nada mais é do que um atestado de competência técnica para os serviços que compõem o escopo de prestação de serviços de um laboratório. O organismo oficial de acreditação no Brasil é o Inmetro. A acreditação passa então a ser o reconhecimento sobre o nível de qualidade do serviço prestado pelo laboratório acreditado. Objetivo: garantir qualidade de resultados para o cliente.

Semelhantemente a acreditação de laboratório, começa a certificação de pessoas, que não é algo novo, mas que vem crescendo a cada ano. É a oficialização, o reconhecimento, a afirmação da competência técnica de uma determinada pessoa. Objetivo: Garantir competência técnica dos executores no desempenho do trabalho e na solução de problemas para gerar resultados esperados.

Será, com certeza, uma exigência do mercado de trabalho assim com a maioria das empresas exigem que seus prestadores de serviços metrológicos sejam acreditados.

A certificação de pessoas deve propiciar credibilidade e adequado grau de confiança na capacidade do profissional certificado, facilitando seu reconhecimento no mundo do trabalho.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Tamanho de meias terá padrão a partir dessa semana

Quem já não teve dificuldade na hora de comprar um sapato ou uma meia? O número está lá estampado. É o seu. Mas, quando você calça não fica legal. Está apertado demais ou, então, folgado.

Falta um padrão para os produtos. Os fabricantes brasileiros prometem, a partir de agora, seguir um padrão.

A Associação Brasileira do Vestuário (Abravest) promete padronizar o tamanho das meias a partir desta semana. Em breve, nas lojas, os clientes não vão mais encontrar pares de tamanho único, nem os que servem para muita gente, como um que vai do 38 ao 43.

Os 1,4 mil fabricantes brasileiros vão receber moldes de todas as numerações.

Para saber se o par que pretende comprar está de acordo com a padronização, o consumidor deve procurar no produto o selo da Abravest.

O comprimento dos calçados brasileiros segue o padrão europeu. Mas a fôrma não é igual para todos os modelos. Por isso, agora, a indústria calçadista também estuda um plano para uniformizar a altura dos sapatos.

A Associação Brasileira do Vestuário fez uma pesquisa com 1,3 mil consumidores para saber o que eles esperavam da indústria da moda: 99% responderam que queriam medidas padronizadas nas roupas e calçados.

Essa padronização reduz custos de produção, inibe a importação de artigos de vestuário que estão fora do padrão e pode resultar, num aumento das vendas on-line, já que hoje muita gente não compra roupas pela internet porque tem medo de o artigo que não sirva depois.