segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Calibração e Verificação de Balanças

As balanças (instrumentos de pesagem) usadas para efetuar medições rigorosas ou com influência nos resultados dos ensaios (exemplos: balanças usadas na preparação de padrões, pesagem de amostras, métodos gravimétricos), devem estar calibradas em intervalos iniciais de calibração anuais ou semestrais, a serem ajustados consoante
o histórico obtido.

A calibração deve ser efetuada no local de trabalho habitual. As balanças devem estar instaladas respeitando as instruções dos fabricantes, normalmente em mesas próprias, longe de fontes de calor, luz solar direta e correntes de ar.

Deve ainda efetuar-se um controle periódico de funcionamento (verificação intermédia) de alguns erros de indicação entre os intervalos de calibração, de modo a controlar e conhecer a deriva da balança entre os intervalos de calibração. A periodicidade deste controle (exemplos: diário, semanal) deve ser estabelecida
com base na experiência e condições de utilização da balança. Este controle permite avaliar e otimizar os prazos de calibração estabelecidos, bem como detectar avarias ou falhas, não sendo necessária a utilização de pesos calibrados para efetuar este controle.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Calibração e Incerteza de Medição

Várias pessoas que acompanham o blog tem me perguntado sobre os cursos ministrados pelo CECT. Portanto, segue abaixo, os últimos cursos presenciais do ano:

Calibração, Ajuste, Verificação e Certificação de Instrumentos de Medição:
24 a 26 de novembro
Presencial em Piracicaba – SP

Incerteza de Medição em Calibrações, Medições e Ensaios
01 a 03 de dezembro de 2010
Presencial em Curitiba - PR

Veja em www.cect.com.br uma lista completa de cursos, inclusive à distância.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Não Revisão da ISO 17025 até 2015

Embora havia uma expectativa de algumas alterações na norma ISO 17025, o comitê gestor responsável pela norma, decidiu por manter a revisão atual por pelo menos mais 5 anos.
Ou seja, quem trabalha em laboratório acreditado pode ficar esperando por uma revisão em 2015.

Até lá, vamos aguardar pelas novidades.

Essa informação foi confirmada recentemente, dia 14 de outubro,
pela própria ISO.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Regra de Ouro

A regra de ouro para a seleção do instrumento de medição é conseguir a relação Incerteza< Tolerância/5.

Se a tolerância do produto é 20 µm, a incerteza adequada para medir o produto é de 4 µm. Essa incerteza deve ser a incerteza do resultado da medição e não a incerteza que consta no certificado de calibração do instrumento. Isto significa que se um instrumento foi calibrado e a incerteza informada no seu certificado de calibração é de 4 µm ele não é adequado para medir este produto. Por que? Porque está incerteza é apenas uma fonte de incerteza contribuindo para a incerteza do resultado da medição, aquela obtida no ato de medir com o instrumento este produto.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Metrologia, Técnicas para Assegurar Resultados Confiáveis


É com muita alegria que anuncio o lançamento do livro Metrologia, Técnicas para Assegurar Resultados Confiáveis de minha autoria.

Obter um número e ter um valor confiável são coisas distintas. Metrologia, Técnicas para Assegurar Resultados Confiáveis é indicado para a garantia da qualidade de resultados nas calibrações, medições e ensaios, seja no chão de fábrica ou em laboratórios, com aplicação em todas as áreas. Escrito com clareza, didático, fácil leitura e sem medo de ensinar, é um livro com conteúdo de aplicação imediata.

Sem dúvida é obra de referência obrigatória para você, estudante, professor, profissional que deseja ter em mãos um guia objetivo com informações e recomendações práticas e aplicadas para a confiabilidade metrológica.


Você pode obter mais informações pelo e-mail publicacoes@cect.com.br

Gilberto Carlos Fidélis

quinta-feira, 8 de julho de 2010

terça-feira, 6 de julho de 2010

Caso de Polícia

Em formulário e planilhas de calibração, é freqüente encontrar números inventados e repetidos, sem que o instrumentista tenha feito realmente as medições. A rotina pode levar o operador a não fazer efetivamente as medições e a inventá-las, pois o processo está normal e os valores esperados já são conhecidos. Tive pessoalmente a experiência de detectar este tipo de problema numa empresa de São Paulo, na época postulante a acreditar o seu laboratório de calibração ao Inmetro. Após a análise de alguns certificados de calibração, emitidos por tal laboratório, percebi que em todos os casos os erros dos instrumentos calibrados sempre eram zero, o que na prática é muito pouco provável. Perguntei como eles conseguiam aqueles resultados milagrosos e a resposta foi, para minha surpresa: “nós só calibramos o instrumento no primeiro ponto de calibração. Quando este dava erro zero, nos colocávamos para todos os demais pontos também erro zero. Quando para o primeiro ponto dava erro diferente de zero, fazíamos o ajuste deste ponto para dar erro zero, e assumíamos que todos os demais pontos de calibração também teriam erro zero”. Na prática este talvez não se trate de um erro grosseiro, mas sim um caso de polícia.

domingo, 25 de abril de 2010

Avaliação da Eficácia de Treinamentos

No curso sobre a norma ISO 17025 é comum a pergunta sobre o que se pode avaliar com relação a eficácia de treinamentos. Muitos elementos se podem avaliar. Por exemplo:

- Os objetivos da formação;
- As necessidades de formação;
- A satisfação dos formandos;
- Os métodos pedagógicos;
- O desempenho dos formandos;
- O desempenho dos formadores;
- A competência dos formadores;
- A adequação dos conteúdos;
- A adequação dos programas aos formandos;
- A duração da formação;
- A documentação de apoio;
- O material pedagógico;
- A participação dos formandos;
- As relações entre formandos e entre formandos e formadores;
- As condições materiais e ambientais;
- A aplicação dos conhecimentos adquiridos;
- O grau de cumprimento dos resultados previstos;
- Os efeitos inesperados da formação;
- As mudanças no meio envolvente;
- O impacto na instituição / empresa;
- ...
A avaliação depende sobretudo dos objetivos e das finalidades da avaliação.

quarta-feira, 31 de março de 2010

Cursos de Metrologia à Distância

O CECT começou em janeiro deste ano a ministrar cursos à distância em Metrologia. E os resultados? Excelentes. Todos que já fizeram os cursos elogiaram muito.

Por que os Elogios? Nossa forma didática e interativa, além do profundo conhecimento dos temas, tem sido o grande diferencial do CECT. São cursos que acontecem em tempo real, ao vivo, via internet. Não é daquele. tipo de curso que você lê o material e depois tira as dúvidas. É um curso como você estivesse em sala de aula.

A metodologia dos cursos é de total interação com o instrutor, sendo cursos diferenciados pela forma como são conduzidos. Várias empresas tem se utilizado desses tipos de cursos em função da eliminação dos custos operacionais de deslocamento, hospedagem e outros e por obter praticamente os mesmos resultados quando comparados aos cursos presenciais.

Os cursos à distância do CECT são muito parecidos com os cursos presenciais já que eles acontecem em tempo real.

Algumas Questões Sobre Calibração

Seguem alguns respostas dada a um cliente:

1) O equipamento pode ser calibrado na faixa de utilização ou devemos sempre calibrar em toda a faixa de indicação? Mais pontos levam a maior custo.

R: Sim, o instrumento pode ser calibrado somente na "faixa de utilização". Neste caso é comum colocar um comunicado, uma etiqueta no instrumento de medição, por exemplo, chamada de "limitação de uso: este instrumento deve ser utilizado na faixa de .... a....pois foi calibrado dentro desta faixa".

2) O número de pontos a serem calibrados na faixa, existe alguma recomendação ou depende de equipamento para equipamento?

R: O número de pontos de calibração depende de alguns fatores.

A quantidade de pontos escolhidos refletirá na melhor relação com a incerteza e confiabilidade dos resultados.

O número de pontos a serem avaliados é variável e depende de uma série de fatores, tais como:

- nível de detalhamento necessário ou desejável: Quanto mais linear a resposta do instrumento de medição, menos pontos são necessários. Se o instrumento será um padrão para calibração de outros instrumentos, 10 a 15 pontos de calibração é o adequado. Se o instrumento é de uso mais geral, minha recomendação é que o número de pontos não seja menor do que 5, embora tenham normas como a de manômetros, que recomendam pelo menos 3 pontos de calibração.

- tempo disponível para levantamento dos dados;

- complexidade da geração e estabilização do que será medido: Por exemplo, calibrar um termômetro exige muito tempo de estabilização da grandeza e isto limita o número de pontos para não encarecer a calibração. Quando calibramos instrumentos por processos mais simples, como uma balança, a calibração geralmente é rápida e investir em 10 pontos de calibração é algo natural.

Não existe uma regra única que possa ser amplamente aplicada a todos os tipos de equipamentos em todos os campos da medição. Primeiro verifique se há uma norma técnica que exige o número mínimo de pontos de calibração para o instrumento a calibrar. Não havendo normas ou especificações na norma sobre os pontos de calibração, utilize o bom senso.

3) Vamos supor que um equipamento foi calibrado em março de 2009. Este equipamento ficou armazenado em condições recomendadas durante um ano, para então ser utilizado. A data inicial para controle do período de calibração deve ser 2009 ou 2010. Nós consideramos a data da calibração, e não a data do início de utilização.

R: Independente se o instrumento foi utilizado ou não sempre deve ser considerada a data da calibração para a definição do intervalo de calibração.

4) Diferença entre calibração e verificação. Quais as diferenças no processo?

Calibração nada mais é do que comparar os resultados do equipamento a calibrar com um padrão. Dessa comparação se determinam dois parâmetros importantes: os erros e as incertezas associadas a calibração.

Verificação: Atividade experimental, com características de uma calibração simplificada, que visa fornecer evidências sobre a manutenção ou não da conformidade do instrumento, cadeia, sistema ou processo de medição. Seu objetivo é a manutenção da confiança no resultado da calibração, até que nova calibração seja efetuada.

Veja comparação a seguir:

Calibração (C)
Verificação (V)

(C) Objetivo: determinar os erros de um instrumento de medição e, portanto das correções a serem aplicadas.
(V) Objetivo é verificar se os erros do instrumento de medição estão se alterando ao longo do tempo.

(C) O resultado de uma calibração deve ser registrado em um documento, algumas vezes denominado certificado de calibração ou relatório de calibração. Recomenda-se que o conteúdo obedeça os requistos da seção 5.10 da NBR ISO/IEC 17025.
(V) Não é necessário gerar certificado ou relatório. Um registro com os dados da verificação e um parecer do responsável é suficiente.

(C) Envolve um trabalho de determinação de erros em vários pontos de calibração espalhados entre os limites mínimo e máximo da faixa de indicação. Requer a realização de vários ciclos de calibração.
(V) Em geral um ou 3 pontos de verificação entre os limites mínimo e máximo da faixa de indicação são suficientes. Uma medição em cada ponto é suficiente.

(C) Requer a avaliação da incerteza da calibração.
(V) Não requer a avaliação de incerteza.

(C) Processo relativamente demorado e caro
(V) Processo relativamente rápido e barato.

(C) Exige maior especialização do executante.
(V) Exige pouca especialização do executante.

(C) Requer padrões de calibração.
(V) Pode ser realizada com padrões ou não.

(C) Exige procedimento de execução detalhado.
(V) Procedimento mais simples.

(C) Freqüência de realização definida pelo usuário do instrumento de medição.
(V) Maior freqüência de realização do que a calibração e definida pelo usuário.

(C) Pode ser realizada internamente ou por laboratórios externos.
(V) Geralmente é realizada internamente pela equipe do laboratório da empresa.

Um aspecto muito importante: a verificação intermediária não fornece rastreabilidade metrológica, mas a calibração sim.

5) Calibração em campo. A calibração do equipamento em campo traz como vantagem a análise do funcionamento do equipamento nas condições de uso. A calibração em campo traz incertezas maiores?

R: A calibração em campo geralmente faz a incerteza de medição da calibração, aquela informada no certificado de calibração, ser maior do que aquela obtida em laboratório. O meio ambiente é completamente diferente daquele de um laboratório, muito mais agressivo em geral e com maior variabilidade, por exemplo na temperatura, fazendo que as incertezas de medição associadas ao padrão de calibração, passem a serem maiores. Nestes casos é fundamental se conhecer como o padrão de calibração se comportará em campo.

Um grande abraço,

Gilberto
CECT

terça-feira, 2 de março de 2010

NOVO VIM

Algumas definições do novo VIM ainda não estou usando porque são muito estranhas. Uma delas é o conceito de incerteza. Você já viu?

"Parâmetro não negativo que caracteriza a dispersão dos valores atribuídos a um mensurando, com base nas informações utilizadas."

Não entendi o parâmetro não negativo. Isso é um contracenso. A incerteza é uma variável aleatória e obrigatoriamente deve ter sinal mais ou menos.

Eu sinceramente não entendi o conceito que está no VIM. Outro conceito que está pior é o da Calibração. Parece que tá faltando texto.

"Operação que estabelece, numa primeira etapa e sob condições especificadas, uma relação entre os valores e as incertezas de medição fornecidos por padrões e as indicações correspondentes com as incertezas associadas; numa segunda etapa, utiliza esta informação para estabelecer uma relação visando a obtenção de um resultado de medição a partir de uma indicação."

Por isso ainda não alterei nas nossas apostilas. Acho que o pessoal do Inmetro se preciptou em lançar esse VIM sem fazer uma análise mais apurada.

Sabe o que parece: esse novo VIM está mais confuso do que o anterior. Parece que tem um grande "dedo" do pessoal da química nele, pois colocaram uns conceitos para atendê-los, como exemplo a volta do termo precisão, que pode ser quantificado pelo desvio padrão. Assim, a precisão vai virar uma componente de incerteza. Olha a confusão.


Grande abraço,

Gilberto C Fidélis

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010