quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

O Problema das Falsas Não-Conformidades

Lembro-me de um cliente, um laboratório de calibração, onde uma não conformidade foi registrada pelo auditor técnico e que não era não conformidade. Como resultado o laboratório implantou uma “ação corretiva” realizando as mudanças necessárias para atender e eliminar a ocorrência da não conformidade. A implantação da ação corretiva deu um trabalho imenso ao laboratório, pois envolveu a mudança de uma série de documentos e planilhas eletrônicas. Também envolveu a aquisição de equipamentos, ou seja, uso de recursos financeiros que eventualemente poderiam ser aplicados para outras necessidades.

Deve-se analisar cada não conformidade para avaliar a consistência da mesma. "Falsas não conformidades" geram trabalhos desnecessários e custos para o laboratório e muitas vezes custos elevados. Além disso, devemos ter em mente os custos com pessoal, pois muitas vezes o envolvimento das pessoas para solucionar uma não-conformidade pode ser expressivo, dependendo da complexidade da mesma.

O melhor momento para se detectar uma não-conformidade é na auditoria
interna e quantas mais forem detectadas melhor. Você tem que ter em mente que uma não-conformidade que não é realmente não-conformidade consome tempo e dedicação da equipe sem necessidade.

Muitos clientes já nos contaram de auditores com postura de terrorista quando relataram não-conformidades. Lembramos que para haver uma não-conformidade deve haver um requisito do sistema de gestão da qualidade que não está sendo cumprido. Se você perguntar ao auditor qual o requisito que não está sendo respeitado e o auditor não conseguir te responder, exija que a “não-conformidade” seja revertida para uma melhoria, uma observação. Essa é a regra. Mas cuidado, pois você poderá ouvir do auditor o seguinte: “eu vou continuar a relatar a não-conformidade porque eu continuo achando que é”.

Auditor não pode achar nada. Ele tem é que ter todas as evidências, ou seja, fatos e dados, e clareza do requisito descumprido para assumir a veracidade da existência da não-conformidade. Outros auditores talvez lhe digam: “é uma não conformidade porque o pessoal da outra empresa faz diferente e como eles fazem é melhor”. Ou ainda: “eu sempre fiz diferente de vocês e por isso há a não conformidade. Como eu fazia era melhor”. Auditores destes tipos felizmente estão acabando, estão em extinção, mas ainda há alguns auditando por aí.

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